Dor no Pé

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A dor no pé é uma experiência sensorial, emocional e desagradável, associada a um dano percebido a qualquer tecido abaixo do tornozelo. Tal experiência pode ser extremamente incapacitante para pessoas de qualquer idade. A dor no pé tem sido associada a limitações nas atividades da vida diária, deterioração dos aspectos físicos e mentais, incapacidade e perda da qualidade de vida.

Notavelmente, pouco se sabe sobre a prevalência de dor nos pés e de seu fator incapacitante. Uma pesquisa realizada pela empresa Pés Sem Dor em 2017 observou que 88,5% dos homens e 92,5% das mulheres brasileiras apresentam algum nível de dor nos pés. E dentre os que sentem dores, 14,5% dos homens e 21% das mulheres sentem dores intensas.

O estudo “Forefoot joint damage, pain and disability in rheumatoid arthritis patients with foot complaints: the role of plantar pressure and gait characteristics” mostra que as dores são muito comuns entre os idosos e as mulheres, porque esses dois grupos estão mais sujeitos a doenças como osteoartrite e artrite reumatóide, patologias que estão altamente relacionadas a deformidades e dores nos pés. Além disso, pessoas que sofrem com dores em diversas regiões do corpo e possuem alguma doença crônica, estão mais expostas às dores nos pés.

ANATOMIA

O pé é uma junção de ossos, ligamentos, tendões, músculos, vasos e nervos. Ele serve como base de apoio para todo o nosso corpo, sendo responsável pelo equilíbrio, amortecimento e caminhada. Para compreender melhor os motivos de dores, é preciso saber identificar em que região a dor se encontra e qual é a estrutura comprometida. Por isso, é importante analisar as divisões do pé para entendermos melhor como as partes funcionam, antes de falar sobre o pé como um todo.

Inicialmente, o pé se divide em três partes: retropé (região do calcanhar), médiopé (região do arco do pé) e antepé (região da frente e dedos). O retropé é composto pelos ossos tálus e pelo calcâneo, que são ossos maiores e mais resistentes, porque essa região recebe o primeiro impacto da pisada. O médiopé é formado por 5 ossos menores (navicular; cubóide e cuneiforme lateral; intermédio e medial). Eles ficam bem encaixados entre si e possuem grande mobilidade para adaptar o contato do pé com o solo, além de melhorar o amortecimento na hora do impacto. Já a região do antepé é formada pelos metatarsos e pelas falanges – ossos compridos que fazem o “braço” de alavanca para ajudar na impulsão.

Imagem ilustrativa com todos os ossos do pé denominados.
Ossos do pé.

CAUSAS

Inúmeros motivos podem causar dor nos pés. Existem dores mais “traiçoeiras”, que no começo são mais fracas e vão evoluindo com o passar do tempo, como as dores por sobrecarga mecânica, por infecções ou por alguma doença sistêmica, envolvendo qualquer tecido da região. As dores agudas podem ser sentidas após uma lesão traumática direta. As patologias mais comuns para as dores nos pés são:

Fascite Plantar
É a inflamação da fáscia plantar – tecido fibroso localizado na extensão da planta do pé. Ocorre devido ao estresse excessivo na região, como impacto repetitivo e/ou carga excessiva. Apresenta como sintoma mais comum a dor na região do calcanhar ou no arco do pé, que pode aparecer no início da manhã ou após um exercício mais rigoroso. Veja mais sobre Fascite Plantar.

Esporão de Calcâneo
É um crescimento ósseo anormal que aparece na região plantar do osso calcâneo. Pode ser identificado através de um exame de imagem como o Raio-X. Tal protuberância óssea pode causar inflamação dos tecidos ao redor, devido a fricção durante o caminhar. Normalmente, a dor no calcanhar vem acompanhada da sensação de pisar em cacos de vidro ou receber agulhadas na região, principalmente nos primeiros passos do dia ou após atividades. Veja mais sobre Esporão de Calcâneo.

Metatarsalgia
É a dor que atinge a região anterior aos dedos e ocorre em casos de muita pressão no local, durante o caminhar ou quando se utiliza sapatos inadequados. Mais comum em praticantes de esportes com explosão e saltos, devido à sobrecarga no local, ou em pessoas que utilizam calçados apertados na frente (sapatos de bico fino e salto alto, por exemplo). Geralmente, o início é progressivo, começando com dores leves e calos na região da ponta dos pés. Veja mais sobre Metartasalgia.

Neuroma de Morton
É um espessamento do nervo interdigital – nervo que passa entre os dedos do pé. Essa alteração ocorre porque o espaço entre os metatarsos diminui, levando a uma compressão do nervo e, consequentemente, a inflamação da estrutura. Normalmente, o neuroma acontece entre o terceiro e o quarto dedo, causando dormência e dor na ponta do pé. Muitas vezes, essa lesão vem acompanhada da sensação de estar com uma pedra entre um dedo e outro. Veja mais sobre Neuroma de Morton.

Joanete
É o nome popular dado ao aumento ósseo que se desenvolve na base do dedão, quando este se desvia em direção aos outros dedos. Tal deformidade aparece de forma progressiva, devido ao excesso de pressão sobre a articulação. Com o tempo, as dores podem aumentar, assim como o desvio, levando a perda de equilíbrio e limitando as atividades diárias. O joanete é muito comum entre as mulheres devido ao uso de sapato de salto alto e de bico fino. Porém esses não são os únicos fatores que podem influenciar no seu desenvolvimento. Veja mais sobre Joanete.

Imagem ilustrativa da região acometida pela joanete.
Região dos pés onde surge o joanete.

Fraturas por estresse
A fratura por estresse é uma lesão que agride os ossos do corpo que estão mais expostos a sobrecarga. Por isso, ela é muito comum nos ossos do metatarso e da canela (tíbia). Esse tipo de fratura ocorre de forma progressiva e geralmente é antecedida por quadros de dores na região, que são ignorados principalmente por pessoas que praticam atividade física. A sobrecarga constante desregula o metabolismo ósseo, deixando-o mais frágil e levando à fratura, que muitas vezes é imperceptível no exame de raio X. Veja mais sobre Fratura por Estresse.

Fraturas Traumáticas
Esse tipo de fratura pode agredir todos os ossos do corpo. Como o próprio nome já diz, essas fraturas são causadas por algum trauma com absorção súbita de energia, como quedas, pancadas ou acidentes, levando a ruptura do osso. As dores são intensas, bruscas e surgem no momento do trauma. Normalmente, esse tipo de fratura agride vários tecidos, como o ligamentar, o muscular e a pele. Entretanto, algumas patologias podem enfraquecer os ossos, deixando-os mais propensos a fraturas, como mulheres na menopausa e idosos.

Calos
É um espessamento da pele que responde a estímulos externos, como o atrito e a hiperpressão local. Essa resposta, na verdade, é um mecanismo de proteção da nossa pele que tem por função acumular queratina, com o intuito de engrossa-la para proteger suas camadas mais internas. Em geral, os calos não causam dores, porém quando não tratados, podem aumentar de tamanho e profundidade, causando grande desconforto.

FATORES DE RISCO

Pé chato ou cavo: essas variações, quando muito extremas, seja cavo ou chato, afetam diretamente funções de extrema importância, como distribuição de carga e amortecimento do impacto. No pé chato, a estrutura do arco do pé está mais baixa, sobrecarregando a fáscia plantar e piorando o amortecimento dos pés. No pé cavo, o arco alto diminui a área de contato dos pés com o solo, aumentando a pressão descarregada sobre a região do calcanhar e dos metatarsos;

– Pisada pronada ou supinada: o desalinhamento da pisada também aumenta o risco de dor no pé. Na pisada pronada, o tornozelo realiza um desvio medial, aumentando o contato da região medial do pé com o solo e sobrecarregando essas estruturas. Na pisada supinada, o tornozelo desvia para o lado de fora e a área mais sobrecarregada passa a ser a lateral do pé. O posicionamento inadequado dos ossos, músculos, nervos e ligamentos com a sobrecarga sobre eles, aumentam os riscos de lesão;

– Excesso de carga: os pés aguentam todos o peso do nosso corpo. Quando estamos acima do peso ideal, eles ficam sobrecarregados e mais expostos às dores. Isso pode acontecer também com pessoas que começam repentinamente a praticar alguma atividade física de maior impacto, sem preparar o corpo antes. Além disso, atletas que praticam treinos intensos e que estão muito sujeitos a sobrecarga, expõem o corpo a níveis de estresse acima do recomendado;

– Traumas e lesões: constantemente, o pé sofre com batidas e colisões. Atletas, principalmente os profissionais, estão mais suscetíveis a sofrerem com lesões de impacto e fratura óssea. Entretanto, basta cair algo de muito peso em cima do pé ou cair com os pés de uma altura elevada para que as fraturas ocorram;

– Tipos de calçados: os calçados tendem a prejudicar muito mais as mulheres do que os homens, porque, culturalmente, a população feminina é acostumada a usar sapatos apertados, de bico fino e salto alto. O tamanho apertado dos sapatos, juntamente com o bico estreito, acarreta o desvio e deformidade dos dedos, como a joanete e os dedos em garra e martelo.

O salto alto, por exemplo, altera o centro de gravidade, fazendo com que a pressão exercida sobre os pés fique concentradas na região anterior. Esse excesso de pressão pode acarretar a lesão das estruturas do metatarso (metatarsalgia) e em casos mais graves, pode ocasionar uma inflamação do nervo (Neuroma de Morton).

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Cada patologia tem uma característica própria no seu tratamento. Fazer uma avaliação com um especialista é importante para diagnosticar, corretamente, o problema e elaborar o melhor tratamento possível. Um bom trabalho de recuperação deve focar tanto nas causas quanto nos fatores de risco que geram dores. Apesar de cada patologia ter uma característica na forma de tratamento, algumas ações podem ser tomadas para amenizar as dores, como:

– Diminuir o impacto nos pés: diminuir o peso, em casos de obesidade, e reduzir a carga de treino. Essas são medidas importantes a serem tomadas durante o tratamento das dores. A sobrecarga nos pés aumenta o risco de lesão e pode agravar problemas que já existiam anteriormente.

Fortalecer a musculatura dos pés e pernas: quanto mais forte e flexível estiver a musculatura em torno das nossas articulações, menor é o atrito entre os tecidos, melhor é o amortecimento de impacto e, consequentemente, menor será a probabilidade de lesão;

– Fisioterapia: profissional indicará exercícios específicos para fortalecer a musculatura local, além de reduzir a dor através do uso de aparelhos e da aceleração do processo cicatricial (TENS, US, laser). Também pode ser trabalhado o alinhamento da postura dos pacientes para a realização de atividades cotidianas, de forma a evitar sobrecargas;

– Utilização de órteses: a utilização de palmilhas ortopédicas ajuda a realinhar a base do nosso corpo, melhorando o alinhamento das articulações como tornozelos, joelhos e quadris, que sofrem mais por conta da sobrecarga. Outra órtese bem comum é a bengala, que deve ser utilizada ao lado oposto do pé lesionado, para reduzir a carga sobre o membro;

– Utilizar calçados adequados: deve-se evitar o uso de calçados apertados, como sapatos de bico fino e sapatos que modificam a estrutura dos pés, como o salto alto;

– Uso medicamentos: os mais comuns são os analgésicos e anti-inflamatórios, para controlar a dor e a inflamação. É importante ressaltar que eles devem ser prescritos por médicos, já que podem causar efeitos adversos.

PALMILHAS E SAPATOS SOB MEDIDA PÉS SEM DOR® PARA DOR NO PÉ

A utilização de palmilhas e sapatos visando tratar diversas enfermidades nos pés é bastante estudada. Juntos promovem a melhora no alinhamento articular e na distribuição de carga, aprimorando o amortecimento de carga sobre os pés. 

Ambos os produtos sob medida Pés Sem Dor são confeccionados com tecnologia 3D e precisão digital milimétrica, depois de uma avaliação criteriosa com coleta de histórico de dor, palpação da região acometida, testes para saber o alinhamento da pisada (baropodometria) e o formato dos pés (escâneres 3D).

Palmilhas sob medida Pés Sem Dor
Palmilhas sob medida Pés Sem Dor

Por meio desse procedimento rigoroso, é possível identificar as principais causas da dor e criar palmilhas e sapatos específicos para correção do problema. Os escâneres 3D permitem que as palmilhas e sapatos sigam exatamente o formato ideal de cada pé e, com um bom posicionamento e acomodação deste, conseguimos melhorar o alinhamento e a distribuição de carga. Veja agora todos os benefícios:

  • Eliminação ou redução da dor;
  • Prevenção de lesões;
  • Aumento do conforto;
  • Encaixe perfeito;
  • Mais tempo em pé sem dores;
  • Prevenção de progressão de patologias;.
  • Melhora do amortecimento de impacto;
  • Melhora do desempenho esportivo.
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CALÇADOS

Opte sempre por sapatos confortáveis e escolha o calçado mais apropriado para a atividade exercida. Na prática de atividade física ou em profissões que demandam grande período em pé, calçados com amortecimento são essenciais.

Sabemos, no entanto, que algumas profissões demandam o uso de sapatos sociais ou então botas de segurança. Esses tipos de calçados são, normalmente, mais associados a dor nos pés por diversos motivos, como: apertarem os dedos, não terem um bom amortecimento, ficarem muito soltos e deixarem os pés mal posicionados.

O importante é evitar a sua utilização o máximo possível, usando um sapato mais confortável não só durante a ida e volta do trabalho, mas também nas horas de descanso. E caso tenha incômodo ou dores o ideal é usar a solução completa de sapatos e palmilhas sob medida.

ESPORTES

A prática de atividade física é importante para manter a qualidade de vida em todas as idades. Ela ajuda tanto no condicionamento físico quanto mental, reduzindo o risco de doenças. Porém, sabe-se que praticantes de esporte têm maior risco de apresentarem dores na região dos pés, devido à repetição de movimentos e a intensidade das cargas.

Devido aos riscos que uma atividade física pode oferecer, é aconselhado que toda prática seja acompanhada por um treinador especializado. Ele será capaz de ensinar a movimentação correta e criar um treino progressivo, de maneira que não sobrecarregue as suas articulações.

Entenda quais são as principais modalidades esportivas praticadas e quais são os principais riscos, tratamentos e métodos de prevenção relacionados a elas. Leia mais em Esportes.

DICAS E CURIOSIDADES

As dicas caseiras variam conforme a dor e a patologia relacionada. Em casos mais severos, algumas medidas podem ser tomadas, principalmente nos casos relativos ao cansaço do dia a dia. Quando a dor for persistente e recorrente, o ideal é sempre buscar por um profissional da saúde que possa auxiliar no diagnóstico do problema.

Escalda pés
O escalda pés é uma técnica milenar, utilizada para aliviar o estresse do cotidiano e as dores nos pés. Consiste em um balde de água quente com sais e ervas aromáticas, onde mergulha-se os pés, afim de sentir alívio e relaxamento. A água quente ajuda a estimular a circulação sanguínea do local, relaxando os tecidos da região. Diversos sais e óleos essenciais podem ser utilizados para auxiliar no relaxamento.

Importante que a água fique acima dos tornozelos e que esteja em uma temperatura suportável, adicione de 2 a 4 colheres se sopa de sal grosso e mergulhe os pés durante 15 minutos. Caso queira aprimorar a sensação de relaxamento, adicione 3 gotas de óleo essencial a sua escolha e bolinhas de gude para massagear a planta dos pés enquanto estão imersas na água.

Gelo
O gelo deve ser utilizado em dores mais inflamatórias, onde a dor for mais intensa e houver vermelhidão e aumento de temperatura. A aplicação do gelo sobre a região de dor irá diminuir o fluxo sanguíneo e consequentemente diminuir a resposta inflamatória no local. Além disso, alguns estudos indicam a diminuição da velocidade de condução dos nervos, diminuindo a sensação de dor. Embora o gelo não resolva o problema em si, sua aplicação por 20 minutos gera o alívio imediato da dor.

Pode-se utilizar tanto um saco de gelo para aplicação local quanto uma garrafa congelada, caso a dor for na região plantar. Pode-se utilizar a garrafinha congelada para deslizar o pé sobre o objeto, combinando a terapia do gelo com a massagem na sola do pé.

Elevação
A elevação é recomendada para ajudar a reduzir o acúmulo de fluido nos pés e ajudar no retorno venoso. É comum a presença de inchaço dos pés e tornozelos no final do dia, devido a ação da gravidade, o que pode agravar as dores e diminuir a amplitude de movimento. Para realizar a elevação, deite-se e posicione os pés acima do nível do coração com auxílio de um travesseiro mais denso.

PERGUNTAS FREQUENTES

Imagem ilustrativa com pessoas se fazendo perguntas,

Como adquirir um sapato ou palmilha sob medida?

É rápido e fácil! Para adquirir seu sapato ou palmilha sob medida, agende uma avaliação gratuita dos seus pés com nossos especialistas, em uma das nossas unidades espalhadas pelo Brasil. Ligue ou mande um WhatsApp para 4003-8883 ou acesse: www.pessemdor.com.br/agendamento.

Em quanto tempo os calçados e palmilhas ficam prontos?

A Pés Sem Dor produz o seu sapato e palmilha sob medida em até 3 dias, e depois disso, eles são enviados de forma gratuita para a sua casa!

A avaliação é gratuita?

Nossa avaliação é totalmente gratuita! Realizamos a análise completa de seus pés e pernas. Você não paga nada por isso!

Aceitamos convênio médico?

Não trabalhamos com convênios, pois a nossa avaliação é totalmente gratuita! Mas você pode verificar com seu plano se eles fazem algum tipo de reembolso em relação aos sapatos!

LINKS EXTERNOS

1) Rehabilitation of Ankle and Foot Injuries in Athletes – NCBI

2) Custom-made foot orthoses for the treatment of foot pain (Review) – Hawke F, Burns J, Radford JA, du Toit V

3) Forefoot joint damage, pain and disability in rheumatoid arthritis patients with foot complaints: the role of plantar pressure and gait characteristics

4) Visual Assessment of Foot Type and Relationship of Foot Type to lower Extremity Injury – Laurie K. Dahle, Michael Mueller, Anthony Delitto, Jay E. Diamond

Maria Morato
Maria Morato
Journalism student and content creator of Feet Without Pain. She writes about pathologies, health, and well-being on the Feet Without Pain website and blog. She also likes to read and visit new places.
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