A dor foi um dos principais pontos de interesse da pesquisa, que utilizou a seguinte escala de intensidade para avaliar a presença de dor entre os trabalhadores:
Essa escala foi usada para avaliar a dor nos pés, tornozelos e joelhos. Foi revelado que 92% dos trabalhadores têm dores nos pés. Analisando essa população foi visto que eles têm uma intensidade média de dor de 4,98. Analisando por gênero, 95% das mulheres relataram dor, com média de 5,27, enquanto 88% dos homens apresentaram dores, com média de 4,39.
Nota-se, portanto, que mais mulheres sentem dores do que homens e com uma intensidade maior. Isso pode estar relacionado com o fato das mulheres passarem menos tempo sentadas e terem funções mais operacionais, como foi visto anteriormente.
Fazendo a análise entre dor e tipo de calçado, não foi encontrada relação relevante. Interessantemente, a intensidade média de dor se mantém relativamente constante entre os todos os tipos de calçados.
Locais de dores nos pés
Com relação ao local de dor nos pés, o lugar que mais incomoda os trabalhadores é o calcanhar, seguido pelo arco do pé e os metatarsos. Importante ressaltar aqui que cada respondente com dores apontou em média 2,3 locais diferentes de dores.
Para aqueles que relataram dor nos tornozelos e joelhos a média foi de 4,21, ou seja, um pouco inferior que a média de dor nos pés. Além disso, pode-se ver que há uma porcentagem maior de pessoas que não sentem dores nos joelhos e tornozelos.
O que é feito para eliminar as dores
A pesquisa identificou quais as principais ações tomadas pelas pessoas quando tem dores. Em uma primeira análise é possível ver que maioria toma medicação.
Além disso, foram encontradas interessantes diferenças entre homens e mulheres. A maior parte das mulheres toma remédio quando tem dor, enquanto os homens relataram comprar palmilhas. Como a segunda ação mais comum apontada na pesquisa as mulheres e homens compram outro par de sapato.
A influência do período em pé ou andando nas dores
Uma das mais importantes relações encontradas na pesquisa foi entre o nível de dores nos pés, tornozelos e joelhos e o tempo que as pessoas passam em pé ou andando.
Na pesquisa, foi perguntado quanto tempo as pessoas conseguem ficar em pé sem sentir dor nos pés, tornozelos e joelhos. Surpreendentemente, foi descoberto que 65% das pessoas não aguentam mais que 3 horas em pé sem sentir dor. Já com 6 horas ou mais em pé esse número salta para 90%.
Esse dado pode ser comparado com o tempo que as pessoas ficam em pé ou andando em uma jornada de trabalho, que é de 5,03 horas em média. Ou seja, pode-se concluir que grande parte dos trabalhadores tem dores nos pés, tornozelos ou joelhos durante o trabalho.
Outro ponto importante para se salientar é que além da incidência de dor aumentar com o tempo em pé, a intensidade de dor também aumenta.
Utilizando uma regressão linear essa relação provou-se bastante significante (R²=0,96 para mulheres e R²=0,88 para homens). Portanto é possível afirmar que, a cada 1 hora em pé a mulher tem um aumento de 0,33 na intensidade da dor e os homens 0,31. O mesmo tipo de relação foi encontrado para as dores nos tornozelos e joelhos. Contudo, a progressão da dor é menor.
Como o tempo em pé afeta o cansaço nos pés e pernas
Outra importante relação encontrada no decorrer desta pesquisa foi o aumento do cansaço nos pés e pernas com o período passado em pé ou andando, como observado abaixo.
Nota-se que para mulheres, cada hora em pé representa um aumento de 0,34 pontos no nível de cansaço nos pés e 0,27 nas pernas, enquanto, para os homens, essa taxa é de aproximadamente 0,31 e 0,30 pontos, respectivamente.
Clique nos links abaixo para saber mais detalhes sobre a pesquisa “O trabalho e a relação com os pés, tornozelos e joelhos”.
Características dos trabalhadores do estudo
Problemas nos pés causados pelo trabalho- Calos e outras complicações